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cancro colorretal

Bem-estar

10 Sep 2024

Cancro Colorretal: a importância do rastreio

O cancro do cólon e reto é uma das principais causas de morbi-mortalidade por cancro, sendo o segundo tipo de cancro mais frequente em Portugal. Como o próprio nome indica pode afetar o cólon ou o reto, sendo que a localização pode ditar diferenças no prognóstico e no tipo de tratamento necessário. De acordo com os dados do mais recente Registo Oncológico Nacional (RON), foram detetados 6.680 novos casos de Cancro Colorretal com uma incidência superior nos indivíduos do sexo masculino (3.923 novos casos).
O cancro é a segunda causa de morte em Portugal, sendo responsável por mais de 28 mil mortes anuais. O Cancro Colorretal foi a causa de 13,3 % das mortes por cancro, correspondendo a cerca de 11 óbitos por dia.
 

Fatores de risco para cancro do cólon e do reto

Existem alguns fatores de risco para cancro colorretal cuja presença não significa que virá, necessariamente, a desenvolver cancro do cólon e reto, mas que são importantes conhecer.

 
Assim, e apesar de não ter sido ainda possível identificar as causas para o cancro colorretal, os principais fatores de risco são:


•    idade: o risco de Cancro Colorretal aumenta com a idade, sendo que a maioria dos casos ocorre entre os 60 e os 70 anos;
•    pólipos do cólon: nem todos os pólipos apresentam as mesmas caraterísticas e risco potencial, diferenciando-se em tamanho, forma e aspeto. Contudo, a presença de pólipos com determinadas características, como vamos abordar posteriormente, é um fator de risco;
•    doença inflamatória intestinal: indivíduos com colite ulcerosa e doença de Crohn apresentam um maior risco;
•    antecedentes pessoais de cancro: indivíduos que tiveram cancro do cólon ou do reto, mesmo que não apresentem nenhuma evidência da doença, têm maior risco de reincidência; mulheres que tiveram cancro do ovário, útero ou mama têm um risco maior que a média de desenvolver cancro colorretal.
•    antecedentes familiares de cancro: o risco de surgir cancro do cólon e do reto é elevado quando um familiar de primeiro ou segundo grau teve este tipo de cancro, ainda mais se vários familiares o tiveram ou surgiu em idade jovem (antes dos 55 anos);
•    polipose adenomatosa familiar: se não tratada, apresenta um risco muito alto de desenvolver cancro colorretal até os 40 anos de idade. 
•    síndrome de Lynch: ensaios clínicos demonstraram que 2 em cada 100 indivíduos com cancro colorretal têm Síndrome de Lynch, sendo a idade média neste caso de 44 anos;
•    alimentação: alguns estudos apontam uma alimentação pobre em fruta, vegetais, fibra, peixe e aves e rica em carne vermelha (particularmente carne processada) como um fator de risco;
•    tabagismo: o consumo do tabaco também é considerado um fator de risco, sendo que aumenta a probabilidade de desenvolvimento de pólipos no intestino e o risco de mortalidade por cancro colorretal.
•    sedentarismo: indivíduos fisicamente ativos têm menor risco de desenvolver cancro colorretal.
•    fatores ambientais: países industrializados apresentam um risco relativamente maior em comparação com países menos desenvolvidos, que tradicionalmente têm dietas ricas em fibras e pobres em gorduras.

 

Presença de pólipos e risco de carcinoma colorretal


Como já referido anteriormente a presença de pólipos do cólon pode ser um fator de risco. Contudo, estes apresentam diferentes caraterísticas, sendo o tipo de pólipos detetado um fator importante. Assim, estes dividem-se em três tipos:


Pólipos hiperplásicos 

Caracterizados por células de crescimento rápido que aparecem no fim do cólon e raramente estão associados a evolução para processo cancerígeno.


Pólipos adenomatosos ou adenomas

São os pólipos mais comuns, têm uma aparência distinta dos anteriores e a maioria não está associado a evolução para cancro. No entanto, a maior parte dos casos em que há evolução para processo cancerígeno surge quando há adenomas. O risco aumenta com o tamanho, número e aparência histológica desses pólipos. A remoção de pólipos do cólon durante a colonoscopia reduz o risco de cancro subsequente. 


Pólipos inflamatórios 

São comuns no contexto de doenças inflamatórias intestinais. Raramente estão associados ao desenvolvimento de cancro.

 

Sinais de potencial cancro do cólon e reto a que devemos estar atentos 


É importante estarmos atentos à nossa saúde. Se notar alguns sinais de risco, deverá consultar o seu médico.  Determinados sintomas não são exclusivos de processos de carcinogénese, mas deverão ser reportados ao médico:
•    diarreia ou prisão de ventre sem causa conhecida;
•    sensação de que o intestino não ficou totalmente vazio após evacuar;
•    sangue nas fezes;
•    alteração de consistência das fezes e da função intestinal durante semanas;
•    dor ou desconforto constante associado a cólicas e sensação de distensão abdominal ou gases;
•    súbita perda de peso sem motivo aparente;
•    grande cansaço sem causa relacionada;
•    dor severa e/ou nódulo inexplicável no abdómen.

Dada a ausência de especificidade dos sintomas, o rastreio é crucial uma vez que permite a deteção precoce da patologia oncológica, cuja prevalência tem aumentado em Portugal, incluindo em idades mais jovens. 

 

Prevenção e rastreio do Cancro Colorretal


A prevenção primária constitui a estratégia que tem sido mais efetiva e custo-eficaz na redução da incidência e mortalidade. 
De acordo com a Europacolon,  as 5 principais recomendações para ajudar a prevenir o cancro colorretal são: 


- Realizar exames regulares de rastreio
- Manter um peso adequado ao longo da vida
- Evitar o sedentarismo e praticar exercício físico
- Ter uma dieta saudável privilegiando alimentos de origem vegetal
- Limitar o consumo de bebidas alcoólicas

 

Rastreio do Cancro do Cólon e do Reto 


É evidente a concordância dos profissionais de saúde sobre a importância do rastreio a partir dos 50 anos ou, em casos de risco elevado, a partir dos 40 anos. Por razões até agora desconhecidas, há cada vez mais diagnósticos em pessoas entre os 40 e os 50 que não estavam a ser identificados precocemente, sendo aconselhado por alguns investigadores e médicos, que sejam feitos rastreios a partir dos 45 anos. Suspeita-se que esta incidência esteja ligada à introdução de alguns compostos químicos na dieta ocidental moderna, apesar de não haver ainda respostas conclusivas.
Apesar do género não ser um fator de risco, o Cancro Colorretal tem maior prevalência em indivíduos do sexo masculino. No entanto, as recomendações de rastreio são iguais para ambos os sexos já que a percentagem de casos em indivíduos do sexo feminino não é significativamente inferior para retirar as mulheres dos programas de rastreio.

 

Como é efetuado o rastreio?


O rastreio pode ser efetuado de várias formas sendo as mais comuns através de uma colonoscopia total, uma sigmoidoscopia flexível ou de uma pesquisa de sangue oculto nas fezes. Em Portugal, o método de referência para rastreio  é a pesquisa de sangue oculto nas fezes, seguido de colonoscopia nos casos positivos. 
A colonoscopia total, o exame mais completo, consiste na inserção de um colonoscópio pelo ânus, permitindo ao profissional de saúde observar e procurar pólipos e eventuais lesões. Já na sigmoidoscopia flexível apenas são visualizados o reto e a parte inferior do cólon e é feito através da introdução de um sigmoidoscópio para verificar a existência de pólipos e lesões. Caso se detetem pólipos na colonoscopia e/ou na sigmoidoscopia, os mesmos serão removidos para posterior análise.
Por fim, a pesquisa de sangue oculto nas fezes é um método não invasivo de pesquisa de sangue associado a potencial presença de pólipos ou alterações locais. Este teste permite detetar vestígios de sangue nas fezes utilizando uma pequena amostra de três evacuações consecutivas. O teste não permite identificar pólipos e podem ser necessárias algumas restrições alimentares.

Em suma, através do rastreio e exames complementares, é possível detetar de forma precoce este cancro assim como remover pólipos ou controlar lesões que possam originar um tumor maligno mais tarde. Adiar o despiste pode ser prejudicial uma vez que as células dos pólipos podem degenerar ou acumular alterações genéticas evoluindo para cancro.
Assim, e no âmbito do Dia Mundial do Cancro do Cólon e Reto assinalado a 29 de setembro, as Unidades Lusíadas do Algarve  vão promover uma campanha de rastreio do cancro colorretal em parceria com a SYNLAB. Esta ação de rastreio demonstra o particular interesse dos nossos laboratórios de análises clínicas em ter um papel ativo da prevenção e diagnóstico precoce de patologias associadas a elevada perda de qualidade de vida e altas taxas de mortalidade. Conte connosco para uma vida longa e saudável!


Consulte os contactos para agendamento do seu rastreio em https://www.lusiadas.pt/rastreio-colorretal-algarve.